Uma das minhas maiores aflições é pegar um cardápio e não
entender nada do que tem escrito nele. O mal dos restaurantes é querer florear
demais a comida dando até nome à ela.
Certa vez fui à uma
creperia já com o estômago colando nas costas, até aí tudo bem. Então, eis que
olho o cardápio e me deparo com um crepe chamado Cordilheira dos Andes (este
será seu pseudônimo, ok?), daí -mesmo
com fome- eu fico filosofando: por que será que escolheram esse nome para esse
sabor? Será que é porque o crepe é muito grande? Ou porque tem ingredientes
típicos de lá - tipo neve e areia-?
Daí eu leio a legenda –minúscula- de Cordilheira dos Andes e
vejo que é um simples crepe 4 queijos. Contrariada, eu volto a correr os olhos
pelo cardápio e vejo que TODOS os crepes têm um nome próprio. Agora imagine a angústia
de uma pessoa faminta ao precisar forçar sua vista –turva- para ler aquelas
traduções miúdas embaixo de todos os Cordilheiras dos Andes existentes no
cardápio. Tipo assim:
Cordilheira dos Andes
(queijo 1, queijo 2, queijo 3 e queijo 4)
(queijo 1, queijo 2, queijo 3 e queijo 4)
Isso nunca tinha me afetado até aquele momento. Na verdade
eu até achava que dava um “quê” mais artístico para os pratos. Mas é que a fome
torna as pessoas mais críticas. E menos tolerantes.
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